O artigo de hoje é sobre outro
transtorno psiquiátrico que, muitas vezes, passa anos sem ser diagnosticado. É
muito comum que as pessoas tenham vergonha de falar sobre seus sintomas ou até,
quando eles iniciaram muito cedo, sejam acostumadas com eles e praticamente não
os percebam como um problema.
O Transtorno Obsessivo Compulsivo
(TOC) tem uma prevalência ao longo da vida de aproximadamente 2% e começa entre
a adolescência e o início da vida adulta ou mesmo na infância. Homens e
mulheres são igualmente afetados.
O que são obsessões?
As obsessões podem ser pensamentos,
impulsos ou imagens que a pessoa reconhece serem originados de sua própria
mente. São intrusivos, inadequados e
repetitivos e causam grande sofrimento. Em consequência, a pessoa tenta
suprimir, ignorar ou neutralizar os mesmos com outro pensamento ou uma ação.
Exemplos de pensamentos
obsessivos: “minhas mãos estão sujas”, “fechei a janela?”, medo de fazer algo
sem querer.
O que são compulsões?
As compulsões são os
comportamentos repetitivos (ou rituais) que o indivíduo executa voluntariamente
para aliviar a angústia provocada pela obsessão. Podem ser ações (como lavar as
mãos repetidamente, verificar se fechou a janela várias vezes) ou atos mentais
(pensar frases para anular uma “frase ruim”, p. ex.). São comportamentos
claramente excessivos ou não têm relação com o que pretendem neutralizar (não
fazem sentido).
São apenas estes os sintomas
obsessivos e compulsivos?
Não. Existem muitos tipos de
obsessões e compulsões e de combinações entre elas. O TOC pode se apresentar de
forma completamente diferente de uma pessoa para a outra.
Os tipos mais frequentes de
obsessão são: agressivas, sexuais, religiosas; sujeira e contaminação;
simetria.
E de compulsão: verificação,
limpeza, ordenação.
Evolução do TOC
O início dos sintomas na infância
é mais comum nos meninos. Na adolescência, o início do quadro é mais comum nas
meninas. Na idade adulta, não se encontra uma diferença na prevalência do TOC
entre os dois sexos.
Na maior parte dos casos, o curso
é crônico, com períodos de melhora e piora ao longa da vida.
O que causa o TOC?
Não há um fator único causador do
TOC.
Estudos indicam que existe uma
importante influência genética: o risco de ter TOC aumenta de 2 para até 17% se
a pessoa tiver um familiar de 1º grau afetado.
Outros estudos indicam associação
com eventos estressores/traumáticos e a febre reumática.
Transtorno
mentais associados (comorbidades)
As
comorbidades são muito frequentes no TOC, especialmente as que envolvem
sintomas depressivos e ansiosos. Por exemplo: depressão, transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno de pânico ou agorafobia, fobia social,
fobias simples e fobias específicas.
Como é feito o tratamento do TOC?
Atualmente, os tratamentos
indicados para o TOC são medicações específicas e/ou psicoterapia (TCC). Estudos
sugerem que a combinação dos dois tratamentos é melhor.
Existem vários tipos de medicação
disponíveis para o tratamento do TOC. A resposta pode ser lenta e gradual e o
tratamento deve ser mantido por período mais prolongado.